Valdemar Ferreira Ribeiro
...Navegando nos Mares do Sul ... Observando o Norte
Capa Textos E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Textos
FILOSOFANDO COM A VIDA

Note, refletindo profundamente, que você existe neste instante em que mergulha nestas letras a desenharem palavras que constroem ideias lógicas e que são percepcionadas pelo olhar mental de uma humana energia solitária pois o ato de leitura em si é um gesto solitário introspetivo.

Assim como as energias nestas palavras contidas transportam-se pelo espaço/tempo apenas através do olhar de uma mente a captá-las também o leitor se transporta por diferentes espaços/tempos psíquicos através desta leitura e de seu próprio pensamento .

A natural viagem que a mente faz através da mensagem contida nestas frases e descodificadas por cada ser humano consoante sua experiência de vida,  pode levar o leitor a um mundo que se quer mais brilhante, se houver desejo bastante para isso .

As paisagens aqui desenhadas com letras buscam transmitir vida e o receptor humano desta energia esculpe suas paisagens mentais com cinzéis que são os próprios valores culturais conceituados ou não em sua mente,  redescobertos e refletidos em cada instante em pinceladas com novos tons e diferentes nuances .

Tudo o que o leitor capta está em si pois o mundo é um reflexo de cada um e ao mesmo tempo cada um é um reflexo do mundo .

O mundo só pode ser compreendido se cada ser humano se compreender senão andará sempre desorientado em busca de uma luz,  em busca de uma candeia que o ilumine,  quando a luz só pode acender-se em cada um,  mentalmente,  através do apreender o mundo captando-lhe, no possível,  as infinitas paisagens envolventes,  pela frente e por detrás dos pensamentos,  dos conceitos e preconceitos .

Tudo está em cada um, "tudo está em nossa visão do mundo" alerta o pensador maior Fernando Pessoa .

Todos os seres humanos são átomos agrupados fazendo parte de uma alma coletiva humana e universal que não é percepcionada diretamente devido à aparência física individual mas intuitivamente pode ser captada através de uma consciência profunda e esta alma coletiva aparentemente frágil representa uma enorme força energética que pode transportar a humanidade para patamares mais desenvolvidos e equilibrados .

O penso e posso pensar está disponível a uma grande maioria humana para os viventes que o desejem e só cada um destes seres pode alterar a ordem interior e exterior a si mesmos .

Cada energia humana deve,  neste instante silencioso e solitário dentro de si, sob as luzes do quarto ou da sala,  na biblioteca ou no escritório,  no parque,  aonde estiver,  apreender este seu momento de introspeção e perceber seu modo de viver e ser,  compreender a realidade à sua volta a passar, as pessoas a “preconceituarem” a vida a todo o instante tornando-a velha,  obsoleta e desinteressante .

Ë preciso refletir sobre as pessoas a conversarem consigo mesmo e com os outros sem se compreenderem muitas vezes pois seus valores culturais conceituais e pré-conceituais são diferentes e criam enormes barreiras difíceis ou impossíveis de transpor .

Esta leitura e este texto pode ser um bom exemplo disso .

É necessário perceber os diversos sons a vibrarem ao redor,  os diversos odores envolventes,  as luzes da cidade a brilharem,  as diferentes poluições causadas pelos humanos,  a miséria,  a violência,  a criança maltratada,  a vida acontecendo num movimento permanentemente,  incontrolável e que escapa a quem quer segurar ventos com rédeas e palas .

A mente cultural é uma criação induzida e deduzida do todo social humano .

A realidade captada através de paisagens mentais que cada um tem do espaço ao redor induz os seres humanos a comportamentos equilibrados ou desequilibrados .

Os seres humanos refletem como espelhos a sociedade aonde se inserem .

O ser humano consciente da sua inconsciência,  aprendiz,  ao olhar a realidade que o envolve capta-lhe o conteúdo possível,  a essência,  e constrói um caminhar dedutivo,  o mais equilibrado possível,  instante a instante pois o equilíbrio só é real e só pode ser alcançado no instante em que se vive,  de outro modo é apenas um equilíbrio conceitual,  não real .

As diferentes formas de vida envolvem a todos e muitos seres humanos vivem em ilusão mental completa,  fechados em carapaças mentais metalizadas,  preconceituosas,  que não lhes permitem olhar a vida de uma maneira sempre nova em dimensões amplas,  com prudente otimismo,  com positividade e com a ternura aflorando-lhe fácil diante de um sorriso de uma criança satisfeita e contente com a vida no colo de sua mãe amada amante .

Os seres humanos preconceituosos e radicais constroem à sua volta uma realidade tão engendrada em comportamentos rígidos induzidos que não conseguem vislumbrar muito além .

Julgam ver longe mas quem vive “pre_conceituando” tudo pouco vislumbra da realidade sempre nova da vida,  no seu dia a dia,  pois a maior parte das vezes vive no passado,  sem compreender o presente e sem visionar o futuro pois este é apenas uma consequência .

O sol e o universo,  em cada dia que nascem e se põem,  representam uma realidade sempre nova e quem disser que o pôr-do-sol é sempre igual desconhece o que é viver profundamente e sua vida aqui torna-se inútil e vazia de sentido e de sentimento .

Por detrás de tudo ao redor que os humanos podem vislumbrar com seus sentidos físicos e com sua mente há uma infinidade de realidades ou seja cada imagem,  cada paisagem ao redor,  cada ideia que se conceitua sempre tem outro pensamento,  outra paisagem,  outra imagem por detrás,  sucessivamente e em cada indivíduo essa imagem é diferente do outro,  por isso a vida é infinita em suas diferentes dimensões universais,  como se fosse um espelho côncavo e ao mesmo tempo convexo .

Conscientes disso,  é possível construir um maior equilíbrio mental e físico se for prestada atenção profunda aos momentos da vida,  à realidade que acontece a cada instante,  que é a única coisa que os humanos possuem,  aprendendo com os instantes a passarem e perspectivando tempos futuros mais brilhantes .

 
Valdemar Ribeiro
Enviado por Valdemar Ribeiro em 15/08/2010
Alterado em 12/10/2018