Valdemar Ferreira Ribeiro
...Navegando nos Mares do Sul ... Observando o Norte
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Textos
À VARANDA DO TERCEIRO-MUNDO

Observando "Sarajevo" , no leste europeu , sentados á varanda do denominado "Terceiro-mundo" , permite-se uma visão ampla do todo Primeiro/Segundo/Terceiro/.... Mundos que nos envolvem em suas dimensões psíquicas , físicas , econômicas , sociais , ecológicas , haja ou não consciência da profundidade social aonde nos inserimos , para uns buracos sem "fundo" e para outros buracos com "fundo" .

Dói , a quem não quer ser de todo escravo , olhar este mundo humano construído sobre estruturas bastante violentas ainda e que vão destruindo a vida nesta morada pertencente a todos os que aqui encarnaram com a responsabilidade de desenvolver novas estruturas psíquicas e físicas humanas que contemplem os seres humanos e os outros seres com um viver mais interessante .

A vida para muitos é dura e complicada mas há sempre uma possibilidade de cada um construir em si um recanto psíquico de paz e sossego que permita um trilhar pela vida mais natural e equilibrado .

As mentes podem perfeitamente emitir sintonias fazendo vibrar o desejo de um mundo mais sereno aqui e agora e ao emitirem profundamente a energia desse desejo há uma reflexão para o exterior de cada um possibilitando um contacto com outros seres de mesma energia , mesmo que esse encontro não seja percebido de imediato ou não seja muito claro .

Infelizmente o instinto de sociabilidade não está suficientemente desenvolvido em muitos humanos mas cada um pode , e tem de o fazer agora , refletir na calma profunda de seu instante a e construir um pensar sem medos em cauteloso andar céptico e prudente optimismo .

Ser lembrado na memória do cosmos como seres que ajudaram a preservar os mares e as florestas é bem mais interessante do que ser recordado como figuras que permitiram a dor e a miséria de um mundo ego centrista e consumista .

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Mergulhar no mundo do outro lado do oceano permite construir uma mente com dimensões psíquicas alargadas ......

 
Sentindo o corpo cravejado
De espinhos , martelados
Como pregos de aço brilhante ,
Fardo de um mundo humilhante

E vidas em lâminas deslizando
Invólucros de carne formando
A sociedade numismática
Que busca apenas sua óptica .

Metamorfoseando seres marujos
Despem as mentes dos casulos
Tecidos pelos bilros humanos
Múmias de embalsamados mundanos

Dentro das mentes rebuscadas
Ferem as farpas aguçadas
De valores induzidos no chicote
Imposto pela força do magote

E com o espÍrito solto do enleio
Na mente limpa do devaneio
Penetro em ode etérea esta ora
Que em mim de mim brota aurora

Nesta nau luso talhada
Com escopo na madeira miscigenada
Em navego pélago espraiando largo
No horizonte humano não amargo

De fogos - fáctuos nos corpos suados
Fosforecendo brilhos da morte nados
Iluminando as brumas densas garras
Encontro náiade em rios sem amarras .
Valdemar Ribeiro
Enviado por Valdemar Ribeiro em 20/06/2005
Alterado em 08/11/2018